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Polícia Civil detalha ação que libertou Fábio Porcino

A delegada Sheila Freitas, titular da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), detalhou na manhã dessa segunda-feira (17/06) durante coletiva de imprensa, os detalhes da ação que libertou o  empresário Fábio Porcino, ocorrida na última sexta-feira (14), no município de Canindé, interior do Ceará, após cinco dias de sequestro.

 

A vítima foi resgatada após um trabalho conjunto das Polícias Civil, Federal e dos Setores de Inteligência dos estados do Rio Grande do Norte e Ceará. Fábio estava numa cabana de lona preta montada dentro de um matagal na Fazenda Garrote, localizada na zona Rural de Canindé-CE. “Ele estava acorrentado pela perna e um pouco debilitado, pois não havia se alimentado direito durante o período”, explicou a delegada da Deicor. Dois homens foram presos José Carlos Anastácio Leitão, vulgo “Carlinhos”, que levou os policiais até o local do cativeiro e Rivelino Raquel Filho, que estava vigiando a vítima.

 

De acordo com a delegada Sheila Freitas, os presos não foram os mesmos que raptaram Fábio Porcino, pois segundo ela, a quadrilha seria bastante organizada. No mínimo 13 pessoas teriam envolvimento no crime. Na coletiva, a delegada preferiu não divulgar os detalhes de como a Polícia Civil chegou ao paradeiro da vítima e a quantia exigida pelos sequestradores, mas destacou que testemunhas e as imagens das câmeras do estabelecimento de onde o empresário foi levado foram extremamente importantes nas investigações.

 

Duas pistolas e um revólver, além de um capuz preto e um rádio comunicador foram apreendidos pela equipe da Deicor. Um dos veículos utilizados pelos bandidos também foi encontrado escondido perto do local do cativeiro, um carro tipo Cross Fox, de cor preto, com placas frias, que teria sido roubado em Fortaleza. Esse foi o mesmo carro em que o empresário foi levado pelos bandidos no dia do sequestro.

 

Outros dois homens estão sendo procurados pela polícia acusados de envolvimento no sequestro, identificados como José Wilson Trajano de Freitas, considerado líder da quadrilha, e Ezequiel Serafim Leitão, proprietário da Fazenda Garrote. Quem tiver quaisquer informações sobre o paradeiro dos acusados pode ligar para o disque-denúncia através do número 181 (não é necessária identificação).

 

Temos muito trabalho ainda a fazer e nós estamos ainda na fase investigatória do crime e agora tentamos identificar e prender o restante dos sequestradores, frisou a titular da Deicor.

 

José Wilson Trajano foi preso em setembro do ano de 2006, no estado do Ceará, acusado de fazer parte de uma quadrilha que sequestrou o empresário gaúcho Dagoberto Antônio Faedo, que permaneceu 57 dias em cativeiro. Considerado pela polícia bandido de alta periculosidade, Trajano também já respondeu por homicídio e tentativa de assassinato no município de Tabuleiro do Norte-CE, ocorrido no dia 3 de junho de 1998. Ele também é apontado por ter sido um dos participantes da quadrilha de Valdetário Carneiro.

 

Sequestro

 

Fábio Porcino havia sido sequestrado na tarde de segunda-feira (10/06) em Mossoró, quando estava numa das concessionárias de veículos do pai dele. Cerca de oito homens armados divididos em dois veículos chegaram por volta das 15h30 ao local, sete deles usando capuz e outro sem, se dizendo policiais federais que tinham vindo cumprir um mandado de prisão contra a vítima. Eles chegaram ao local do cativeiro por volta da meia noite. A demora para a chegada, segundo a delegada Sheila, se deu porque eles preferiram ir por estradas de barro, evitando as fiscalizações nas estradas rodoviárias.

 

No local de cativeiro, Fábio Porcino não sofreu agressões físicas, apenas psicológicas. Os bandidos o ameaçavam de morte caso a polícia chegasse ao local. Ele tinha muito medo de morrer, disse Sheila. Para ela, ainda é muito cedo para dizer se esse grupo tem alguma ligação com o sequestro do primo de Fábio, Popó Porcino, ocorrido há um ano.

 

Segundo a delegada, não houve contato por parte dos sequestradores com a família. No entanto, Fábio Porcino havia sido obrigado a escrever uma carta, escrita de próprio punho implorando o resgate. Essa carta foi datada do dia 16 de junho, provavelmente o dia que seria entregue à família dele, na qual ele relata as condições do cativeiro e as exigências do resgate, Fábio escreveu e a entregou ao líder o bando, detalhou.