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Falta de estrutura dos órgãos de segurança

O Ministério da Justiça apresentou ontem, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), uma série de pesquisas na área de segurança pública em todo o país. O documento apresenta números referentes às polícias Militar, Civil e Bombeiros e revela a disparidade da realidade do combate ao crime nos Estados brasileiros. Há dados que chamam atenção. Por exemplo, enquanto em São Paulo o número de coletes balísticos é superior ao efetivo de policiais militares, no Rio Grande do Norte existe um colete para cada grupo de quatro policiais.
 
 A polícia civil também é deficitária. Das 232 unidades da polícia civil potiguar, quase a metade, 115, não possui acesso à internet.

Segundo a Senapse, o compartilhamento e a compilação de dados criminais podem subsidiar ações de redução da violência tanto em âmbito nacional quanto local, auxiliando na formulação e avaliação de políticas públicas para a área. De acordo com o órgão, é impossível gerir políticas públicas sem a consolidação de dados corretos sobre os problemas reais a serem enfrentados. Porém, atualmente, cada unidade da federação utiliza conceitos, critérios e metodologias diferentes para quantificar e analisar a criminalidade, o que impossibilita a consolidação de números nacionais com maior precisão.

A realidade pode mudar depois que a lei 12.681, que instituiu o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas (Sinesp), foi aprovada, ano passado. Trata-se de um sistema integrado pela União, estados e Distrito Federal para reunir dados essenciais para um melhor planejamento e avaliação das políticas públicas desenvolvidas, além de possibilitar maior transparência pelo fácil acesso às informações via Internet e, por conseqüência, proporcionar maior controle social. Até o início de 2014, o Fundo Nacional de Segurança Pública irá garantir a compra de equipamentos e o desenvolvimento de sistemas de informação de Estados brasileiros que já mantêm atualizadas suas estatísticas.

No documento apresentado ontem, a Senasp apresenta dados importantes que mostram como as polícias estão equipadas para o enfrentamento da violência. O RN desperta preocupação. Com relação aos equipamentos de segurança em uso pelos policiais militares, destaque para a razão entre efetivo e coletes balísticos. O número revelou que há quatro policiais para cada colete balístico.

Mas não é só isso. Cerca de 14% das delegacias do país não possui acesso à internet, com destaque para os Estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Paraíba e RN, onde essa proporção é igual ou superior a 50%.

Sobre esse assunto, em recente entrevista concedida à TRIBUNA DO NORTE, o titular da secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), Aldair da Rocha, afirmou que o Estado tem orçamento previsto de R$ 28 milhões para a pasta. O dinheiro, segundo o secretário, é oriundo de um empréstimo do Governo do Estado junto ao Banco Mundial. Com o dinheiro, o secretário pretende informatizar toda a polícia civil.

"Vamos digitalizar todo o acervo de identidade civil e criminal do Itep. Acredito que somos o único Estado que trabalha com papel. Só para essa digitalização será investido R$ 3,5 milhões. O restante será para a informatização de todas as delegacias do Estado", contou. A expectativa é de que o projeto seja iniciado em março, mas, para tanto, o secretário precisará de influência política. "Precisamos convencer a secretaria de Planejamento que a segurança é uma prioridade", pontuou.

 

Para visualizar a quantidade de equipamentos em uso pela Polícia Militar no Nordeste em 2011, CLIQUE AQUI.