Adepol: Nomeação é importante, mas não vai suprir necessidade
A reportagem é do Agora RN:
A presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Rio Grande do Norte (Adepol/RN), delegada Taís Aires, também comemorou a nomeação. Porém, ao AGORA RN, ela apontou que o déficit ainda é grande. “A nomeação é importantíssima, é uma questão de sobrevivência da instituição. A Polícia Civil vinha trabalhando com apenas cerca de 25% do efetivo necessário. Então, os policiais que estão na labuta estão sobrecarregados. Então, a chegada dos 360 novos convocados dará um respiro”, disse a delegada.
Segundo ela, a Adepol pleiteou o concurso e cobrou a nomeação. “Então nós estamos comemorando. Porém, é importante destacar que esse número ainda é muito baixo para a necessidade da Polícia Civil. Nós precisamos de novas turmas de cursos de formação, de mais efetivo, porque esse número não vai suprir a necessidade que temos”, afirmou. A delegada citou ainda a Lei Complementar nº 417, de 31 de março de 2010. “Criados por lei, temos 5.150 vagas de policiais civis: 800 escrivães, 4 mil agentes e 350 delegados. Mas esse quadro nunca existiu. Mesmo com a chegada dos novos, vamos continuar com um déficit grande”.
Questionada sobre o motivo pelo qual o quadro definido por lei não é ocupado, a representante da Adepol disse que, “infelizmente, não se olha muito para a Polícia Civil e isso não é desse Governo, isso é histórico”. E continuou: “o último concurso que teve, antes desse de agora da nomeação, foi o concurso com edital de 2008. E, antes desse de 2008, fazia cerca de 15 anos que não tinha concurso. Então precisamos de incremento de efetivo continuado, até porque é uma atividade penosa, precisamos sempre oxigenar o quadro”.
Taís Aires defende outras pautas, além do aumento do efetivo. “Precisamos regulamentar o horário extraordinário porque hoje, a Polícia Civil só funciona porque os policiais, ao invés de descansarem nos horários de folga, eles fazem hora extra para suprir as lacunas da falta de efetivo. Precisamos regulamentar porque recebemos por uma lei que não nos atende”.
Ela pontua ainda a necessidade da reforma e reestruturação das delegacias e a estruturação de um departamento de narcóticos. “Temos inúmeras propostas de valorização profissional, além de maiores garantias das prerrogativas dos delegados, para que tenhamos mais liberdade de atuação. Durante a campanha, entregamos para a governadora [Fátima Bezerra (PT)] um caderno com várias propostas. Ela disse que iria analisar todos os pleitos com atenção junto à equipe técnica”.
Foto: José Aldenir