Associação Nacional dos Delegados de Polícia Judiciária manifesta apoio à valorização dos Delegados
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Judiciária (ADPJ) vem a público manifestar apoio à valorização dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo e pede justiça no que diz respeito aos péssimos salários e as condições de trabalho desumanas das quais os profissionais estão submetidos. Os vencimentos dos Delegados de Polícia Civil de São Paulo são os menores no país, mesmo o estado sendo o maior em arrecadação de impostos.
Para a presidente da ADPJ, Cinthia Paula de Lima, a classe já tem esse direito previsto na Constituição Federal, no artigo 39 § 1º, I, por se encaixar na carreira jurídica, de nível superior e altamente complexa, ao Delegado de Polícia deve ser atribuído a compatibilidade dos vencimentos à sua natureza, ao grau de responsabilidade e à complexidade do cargo. “Cabe às esferas públicas tratar com justiça, de maneira simétrica, às carreiras jurídicas em todos os estados do país. Pois a qualidade do serviço prestado está diretamente ligado à valorização do profissional”, ressaltou.
Dos 645 municípios em São Paulo, 251 estão sem Delegados, sobrecarregando todo o sistema de Segurança Pública estadual. O presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), Gustavo Mesquita, relata que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Nº 3/2018 busca a justiça. “Há mais de 20 anos a situação da Polícia Civil no estado é triste, lamentável e insustentável, hoje recebemos o pior salário do país, especificamente os delegados, queremos a reparação de uma injustiça”, relatou.
A PEC Nº 3/2018 que está tramitando na Assembleia Legislativa de São Paulo tem como objetivo valorizar e reconhecer a complexidade do serviço desenvolvido pelo Delegado de Polícia Civil do estado, colocando no mesmo patamar salarial as carreiras jurídicas vinculados ao Poder Executivo. A sua aprovação corrige uma injustiça histórica. O autor da PEC é o deputado Campos Machado (PTB).
Gustavo Mesquita, destaca ainda que os salários pagos a Polícia Civil no estado de São Paulo chega a ser uma ofensa à classe. “É inaceitável que a polícia civil como um todo, agentes, escrivães e delegados arrisquem as suas vidas diariamente no estado mais populoso do país para receber o pior salário,” afirma Mesquita.