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Novo Diretor do ITEP reconhece trabalho da antecessora e anuncia prioridades

Perito criminal da Polícia Federal há 12 anos, Odair de Souza, que assumiu o Itep, no atual governo, disse hoje ao Blog que uma das prioridades de sua gestão será mudar a estrutura física do órgão, hoje sem condições de atender às necessidade.

Na entrevista que concedeu, reconheceu que o Itep, que viveu um caos até bem pouco tempo, com corpos expostos durante meses, melhorou bastante na gestão de sua antecessora. 

Há 11 anos em Natal, trabalhou em silêncio em grandes operaçãoes da Polícia Federal.

 

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Thaisa Galvão – Como o senhor está encontrando o Itep. Houve um momento em que cadáveres passavam meses expostos. O que o senhor viu ao chegar ao Itep?

Odair de Souza – Eu estou ainda no trabalho desse diagnóstico inicial. O que a gente viu foi que o trabalho , e é importante que seja dito, o trabalho que foi feito pela Doutora Raquel Taveira, que agora é minha antecessora, foi muito bom e a gente vai tentar dar continuidade. Quando ela chegou, por exemplo, ela inicialmente achou que tinham 20 corpos lá, e quando foi efetivamente contado tinham mais de 40. Então o que a gente percebeu é que hoje não está aquela situação caótica que foi motivo até de ter projeção nacional. Não está daquele jeito. Tem câmeras frigoríficas que foram adquiridas, mas efetivamente é como eu falei: hoje a nossa prioridade número um é tirar o Itep da Ribeira, talvez não seja viável tirar todas as unidades,  mas criar uma estrutura física mínima para que se possa ter um controla, um número de câmeras adequadas, e aí para definir esse número de câmeras tem que ver qual a demanda. Em resumo, acho que qualquer ação que for tomar tem que ter um diagnóstico muito bem feito, muito pontual para se montar um planejamento. A gente está na etapa inicial de planejamento especificamente em relação a corpos, não é um quadro caótico pelo que se observou há um tempo atrás, mas efetivamente dá pra melhorar.

 

Thaisa Galvão – Por que tirar da Ribeira?

Odair de Souza – Não necessariamente vai sair daquela região, é porque hoje a estrutura física não comporta.

 

Thaisa Galvão – Quais outras prioridades do Itep além da mudança da estrutura física?

Odair de Souza – Uma delas é a questão do estatuto do Itep, que a gente vai abrir o diálogo com os sindicatos, com os servidores, vamos usar aí esse momento de chegada do governador para que possa avançar esse processo, que é fundamental também para reenquadrar os servidores, definir estrutura de remuneração…

 

Thaisa Galvão – Você diz que está há 11 anos no Rio Grande do Norte, aonde você atuava, que ninguém tinha lhe achado ainda?

Odair de Souza – Eu sou servidor da Polícia Federal, atuei como perito da Polícia Federal, atuo em algumas áreas da perícia, de formação sou engenheiro químico, então atuo no laboratório, na grafoscopia, veículo, local de crime e bombas e explosivos. Então eu não aparecia porque os crimes de competência da Polícia Federal muitas das vezes a gente está trabalhando muito e…sigilosamente, mas trabalhei bastante e eu estou muito feliz de poder dar essa contribuição aqui porque fiz muitas missões fora, só me convidam quando a missão é grande e eu fiquei feliz de ter sido convidado.

 

Thaisa Galvão – Você atuou no policiamento do Rio de Janeiro…

Odair de Souza – Minha trajetória profissional é interessante porque você acaba tendo a sensibilidade de ver a segurança de diferentes pontos de vista. Eu tive a oportunidade de ver do ponto de vista do morador da comunidade, que às vezes sofria violência até policial, tive oportunidade de ver sob o ponto de vista do policial de operações especiais que ia para o confronto, rebelião, para a rua, tive a oportunidade de ver sob o ponto de vista da Academia, que eu sou professor, tive oportunidade de ver sob o ponto de vista da polícia científica, do trabalho científico porque sou perito criminal há 12 anos, tive a oportunidade de ver sob o ponto de vista do gestor, que eu também fui gerente de multinacional, fui gestor de algumas operações da Polícia Federal, e no meu aprendizado todo, se for resumir, eu acredito nas pessoas. Se você me perguntar, ah, sua formação, o que você estudou…eu acredito nas pessoas. O gestor sozinho ele não faz nada, agora você consegue trazer as pessoas e colocar na mente dos servidores que a gente está ao lado para atender às pessoas. As pessoas são a prioridade atender as pessoas.

Blog Thaisa Galvão