Ciro Marques
Repórter de Política
Robinson Faria (PSD) vai demonstrar, já a partir de hoje, porque se colocou como “o governador da segurança pública” durante a campanha eleitoral que o levou à chefia do Executivo estadual. Pelo menos, foi isso que ele afirmou em entrevista pela manhã, durante revista à tropa militar na Governadoria do RN. Robinson quer implantar, neste primeiro dia de mandato, as medidas emergenciais pensadas para a segurança pública, com o objetivo de fazer a população sentir, em poucos dias, uma mudança significativa na situação da criminalidade no RN.
“O maior desafio é promover uma mudança rápida na questão da segurança pública. Temos hoje os piores indicadores do País nessa área. Eu já me reuni bastante nesses dias que antecederam a minha posse com o grupo que hoje está dentro da segurança pública do RN para elaborar um programa de emergência, de medidas emergenciais, para mostrar a população que o novo governo veio com a proposta arrojada, audaciosa, para mudar em poucos dias essa situação”, afirmou Robinson Faria, ressaltando que a “ordem é para começar hoje” a implantar essas medidas.
Segundo Robinson Faria, inicialmente, a população vai ver um maior efetivo de policiais nas ruas, fazendo a segurança, principalmente, em corredores comerciais e nos bairros residenciais onde há maior índice de assaltos e homicídios. Isso será permitido graças à evolução gradual do efetivo da Polícia Militar, com os policiais que estão cedidos a outros órgãos voltando a ficar a disposição da população.
“Primeira foi identificado quais as áreas de maior periculosidade, áreas residenciais e comerciais. Quando eu andava no Alecrim e na Cidade Alta, por exemplo, escutei um desabafo generalizado de pequenas lojas, não são grandes comerciantes não, que já foram assaltados várias vezes. Então, pedi que fosse dada proteção a esses comerciantes. Os bairros também residenciais onde existe maior registro de homicídios, crimes e assaltos. Então, pedi polícia na rua, uma metodologia que já foi estudada, não é só colocar por colocar, mas dentro de um critério técnico para poder dar segurança para o nosso povo”, afirmou Robinson Faria.
“Vamos retornar o máximo possível de policiais para aumentar o nosso contingente e a convocação dos 800 policiais do último concurso. Eu disse na campanha que sou a favor da convocação deles. Até assinei um documento dizendo isso. Estamos esperando só uma última demanda judicial sobre o caso e quando ela for concluída, eles serão convocados”, acrescentou o futuro governador.
Esses 800 policiais citados por eles são os aprovados no último concurso público da PM, que acabaram não sendo chamados pelas duas gestões anteriores devido a dívidas jurídicas sobre a validade ou não do certame que eles fizeram. O caso está tramitando na Justiça e, se validado, Robinson poderá nomeá-los aumentando, consideravelmente, o efetivo da PM, que hoje gira em torno dos 9 mil homens – quando deveria haver 13 mil.
SUBIDA DA RAMPA
A revista à tropa militar do RN marcou o primeiro dia de trabalho de Robinson Faria como governador do RN. Ele, que foi empossado na tarde desta quinta-feira (1° de janeiro) no cargo, chegou à governadoria por volta das 9h30, cumprimentou os vários políticos, militares e servidores presentes e subiu a rampa da Governadoria em meio à música tocada pela banda da PM.
Já dentro do principal prédio do Centro Administrativo, o novo governador foi recebido pela nova cúpula da segurança pública estadual (Kalina Leite, secretária de Segurança; coronel Otto Ricardo, comandante-geral do Corpo de Bombeiros; e o coronel Ângelo Dantas, comandante-geral da PM). Em seguida, visitou salas, sempre acompanhado por vários servidores e apoiadores e se dirigiu até o gabinete do governador, onde sentou na cadeira do chefe do Executivo estadual pela primeira vez em três anos – foi vice-governador de Rosalba Ciarlini (DEM), mas só a substituiu uma vez, ainda no primeiro ano do mandato dela.