adepolrn@gmail.com (84) 3202.9443

Polícia elucida assassinato do advogado Antônio Carlos e prende executor do crime

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte elucidou o assassinato do advogado criminalista Antônio Carlos de Souza Oliveira, assassinado com seis tiros no último dia 09 de maio, no Bino´s Bar, no bairro de Nazaré, zona Oeste de Natal. O executor do crime identificado como Lucas Daniel André da Silva, vulgo “Lukinha”, foi preso por força de um mandado de prisão na manhã desta quarta-feira (05) num lava-jato localizado no bairro de Barro Vermelho, em Natal.

 

Os delegados Raimundo Rolim, Roberto Andrade e Karla Viviane, da Delegacia Especializada em Homicídios (DEHOM), concederam uma coletiva de imprensa nessa quinta-feira (06), na Delegacia Geral da Polícia Civil (Degepol), para dar detalhes sobre a investigação do caso, que culminou na prisão do “Lukinha”, de Expedito José dos Santos, conhecido como “Irmão Sérgio”, e da companheira dele Francine Andrade de Souza, casal suspeito de serem os mandantes do crime, presos pela Polícia Civil no dia 29 de maio, na cidade de Fortaleza-CE.

 

Também estavam presentes na coletiva o Delegado Geral da Polícia Civil, Ricardo Sérgio Oliveira, o Presidente da OAB-RN, Sérgio Eduardo da Costa Freire, e o Promotor Luiz Eduardo Marinho.

 

Segundo o delegado Roberto Andrade, que presidiu o inquérito, a motivação do crime se deu pela disputa de um terreno localizado no Loteamento Santa Luzia, em São Gonçalo do Amarante. O advogado descobriu que havia outras pessoas se dizendo proprietárias dos terrenos comprados por ele em fevereiro desse ano e compareceu ao local, onde passou a se desentender com pessoas que tomavam conta dos terrenos.

 

“A partir disso, começou uma disputa com o Expedito José, o qual passou a bater boca por telefone com o advogado e a fazer ameaças”, explicou Roberto Andrade.

 

Numa dessas ameaças o advogado teria chegado a dizer “Pode vir que eu não tenho medo de você” para o Expedito. De acordo com as investigações da Polícia Civil, no dia 13 de abril o advogado Antônio Carlos foi até o terreno e derrubou um muro que teria sido construído por Expedito José, que segundo o acusado teria lhe custado 40 mil reais. A partir disso Expedito José teria ameaçado novamente o advogado por telefone dizendo “Você vai pagar caro tijolo por tijolo”. O crime aconteceu 26 dias depois da derrubada do muro.

 

A Polícia Civil havia encontrado na cidade de Jaguaribe-CE o carro utilizado na fuga do assassino, um Doblô cinza, de placas NNW- 6343, de propriedade de Expedito José, que foi incendiado e parcialmente destruído. O casal foi preso em seguida, por força de mandados de prisão expedidos pela 3ª Vara Criminal de Natal, após várias denúncias anônimas indicando o paradeiro deles. Expedito confessou que incendiou o carro por medo de ser incriminado, mas nega que tenha mandado matar Antônio Carlos. Ele alega que apenas emprestou o veículo a “Irmão Marcos”, mas não sabia que era para matar o advogado.

 

À Polícia Civil, o “Lukinha”, apontado como executor do crime, confessou o assassinato, disse que cometeu a mando de Expedito, mas alega que não sabia que se tratava de um advogado. “Não sabia que ele era advogado, o Sérgio (Expedito) me falou que ele era um vagabundo que tinha derrubado o muro dele, se soubesse que era advogado não teria matado, fui enganado por ele”, relatou o acusado. Lukinha disse ainda que não recebeu dinheiro para executar Antônio Carlos, que “fez por amizade”.

 

Lukinha afirmou ainda que Expedito deu a ele a arma do crime, um revólver calibre 38, a roupa e o capuz. Em cumprimento a mandados de busca e apreensão na casa de Luzinha, a Polícia Civil apreendeu uma bermuda, um camisa e um tênis que teriam sido utilizados pelo assassino, além de dez cartuchos de munições calibre 28.

 

O motorista do Doblô cinza utilizado na fuga do assassino, identificado pelo apelido de “Irmão Marcos” está foragido e contra ele já foi expedido um mandado de prisão. Ele é pedreiro e teria construído o muro no terreno.

 

Para o delegado Raimundo Rolim, o advogado já vinha sendo monitorado há algum tempo pelos acusados e que o crime ainda pode não estar totalmente esclarecido. “Estamos numa fase embrionária das investigações e possivelmente vão surgir outros elementos que podem nos surpreender, é provável que outras pessoas também estejam envolvidas no crime”, concluiu.