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Não existe milagre em segurança, diz Ivenio Hermes

Não existe milagre em segurança, diz Ivenio Hermes

 

 

Essa insegurança desmedida, com alto número de homicídios, roubos e fugas de penitenciárias se deve a quais fatores? 

 

São diversas conjunturas que contribuem para o aumento da criminalidade, dentre elas o enfraquecimento e/ou a perda de controle do sistema prisional, que com sua estrutura precarizada tanto em material humano, como em equipamento e até mesmo na robustez da prevenção de fugas, retroalimentam uma violência no interior e fora do cárcere. 

 

 

 

A falta de efetivo agrava essa situação?

 

Sem dúvidas que a falta de efetivo vem contribuindo gradativamente para o enfraquecimento do sistema de seguraça como um todo, incluindo nesse sistema, os agentes penitenciários, os policiais civis e militares e os servidores do ITEP. A mera reposição de vagas geradas por aposetadorias, exonerações, mortes e evasões para outros setores da administração pública ou para a esfera privada, jamais sequer contornarão o problema. É imprescindível retomar o crescimento do estado para criar condições de contratar servidores para segurança pública em número condizente com o que está estabelecido nas leis orgânicas de cada instituição, buscando revisar também algumas leis já defasadas e também orientar esforços junto ao TCE, à Assembleia Legislativa e outras instâncias. Não existe milagre para obtenção de resultados positivos em segurança pública, é necessário diálogo e desnudamento de vaidades político-partidárias e institucionais.

 

 

 

A atuação do crime organizado, mesmo de dentro dos presídios, é também causa do aumento da violência?

 

A sistema carcerário está muito deficiente. Verifica-se a ausência de procedimentos padrões unificados de segurança em nível estadual, com a não valorização de boas práticas que acontecem, por exemplo, em Apodi, portanto não as usando como modelos, e também a precarização de efetivo, de equipamento, de armamento, de capacitação, práticas ressocializadoras e de redesenho logístico do ambiente prisional. Toda essa equação de precariedade demonstra com clareza a ausência do estado, e onde o estado está ausente, estruturas paralelas vão crescer, se fortificar, rivalizarem-se entre sim e dar origem a novas agremiações criminais. Esse é o retrato do RN, onde o "crime organizado" prolifera e dita ordens, provoca distúrbios civis para demonstrar seu poder e se estruturar em número de membros e de influência na sociedade. 

 

 

FONTE: Tribuna do Norte